E se a sua vida fosse uma grande mentira?
Essa questão foi - nos apresentada pela professora de História. Ela nos questionou sobre a pergunta e juntamente com a mesma, apresentou um filme para toda a sala e distribuiu um trabalho em grupo.
Particularmente eu gostei muito do filme pelo fato de que, apesar das nossas vidas não serem uma espécie de show televisivo, muitas coisas mostram - se controladas de um jeito automático e que só paramos para reparar quando repensamos nos nossos atos, no que nos falam, em como a nossa vida pode ser manipulada de tal forma que sai totalmente do nosso controle. O filme me fez repensar em várias questões do dia a dia e como eu deveria encara - las. A sinopse do filme está abaixo, espero que gostem.
Truman Burbank é um vendedor de seguros que leva uma vida simples. Bondoso e metódico vive na pequena cidade de Seahaven. Tem uma namorada chamada Meryl, um melhor amigo, um trabalho e todo dia ele “faz tudo sempre igual”. A única coisa que Truman não sabe é que vive dentro de um show de televisão. Todos que convivem com ele estão ali trabalhando. São atores contratados que encenam a realidade da sua vida. O dono do destino de Truman não é Deus, ele tem um Senhor próprio, que atende pelo nome de Christof. Durante toda a vida de Truman, Christof tratou de colocar no rapaz todo o tipo de medo que se relaciona com a vontade de viver novas aventuras. Assim, conseguiu manipular a permanência de Truman dentro dos estúdios. O rapaz vive num local cercado pelo mar, por isso, quando era criança, ele “perdeu” seu pai durante um acidente marítimo, fato que fez surgir um medo óbvio dentro dele.
Acontece que, mesmo com todo o controle, Truman apresenta um comportamento inesperado: se apaixona perdidamente por uma figurante do programa, Sylvia (após uma troca de olhares, nunca mais deixa de pensar nela). Rapidamente, percebendo um possível desvio do roteiro, Christof trata de retirar a figurante da vida do seu "rebento". Ocorre que Truman, juntando pedaços de rostos de mulheres que encontra em revistas, vai tentando montar o rosto da pessoa pela qual se apaixonou. Um dia, as câmeras flagram a montagem do rosto e Sylvia vê que a paixão que sente por Truman é correspondida. A sensação de não pertencimento ao local continua e, depois que fatos estranhos começam a acontecer, Truman tenta fugir, iniciando a busca pela verdade sobre sua vida. A cena definitiva, que marca sua luta para fugir da realidade em que vive preso, é fantástica!

O filme, dirigido pelo australiano Peter Weir, foi um grande sucesso de público e crítica. Lançou um feroz debate sobre a influência dos Reality Shows nas vidas dos participantes e, principalmente, da audiência. Comumente a platéia aparece durante a projeção do filme, torcendo para que Truman saia da bolha, ou permaneça nela. É um embate entre aqueles que o veem como uma pessoa que merece ser livre para fazer as próprias escolhas e aqueles que acham que ele não passa de um objeto criado para o entretenimento de todos. A relação que Christof estabelece com ele é a mesma que a de um inventor com o seu objeto inventado. Não é uma relação de pai e filho, porque a grande luta de Christof é impedir que Truman siga seus impulsos. Em 1999, The Truman Show (no título original), recebeu três indicações para o Oscar.
O desafio entre aceitar a realidade mais cômoda ou partir para buscar aquilo que pode ser melhor permeia a história do filme. Todos nós temos Christof’s em nossos caminhos. As vezes nós mesmos construímos um Mundo que nos deixa em posições de maior conforto. A tal zona de conforto, apesar de fazer com que a vida pareça perder um pouco da pressa, nos deixa em estado letárgico, como que esperando o próximo ato, que invariavelmente não será disparado por nós. Buscar a novidade mexe com a nossa vida e com a vida daqueles que nos cercam, não sabemos o fim dessa busca, mas é caminhando por ela que a gente vive de verdade.
-Aceitamos a realidade do mundo no qual estamos presentes.
-Nada foi real?
-Você era real. Por isso gostam de assisti-lo. Lá fora, a verdade é igual... A do mundo que criei para você. As mesmas mentiras. As mesmas decepções.
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